segunda-feira, 8 de março de 2010

Discussão sobre métodos e técnicas quantitativas de recolha de dados - Parte I

O Fórum para discutir a Recolha de dados quantitativos, foi dividido em duas raízes:
- e-questionários;
- Análise da dissertação com a utilização do questionário: Alves, A. (2007). E-Portefólio: Um estudo de caso, disponível em   repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/7178.
O Fórum foi aberto a 16 de Novembro de 2009 e fiz a minha primeira intervenção na raiz da discussão sobre a análise da dissertação com a utilização do questionário. Na abertura do tema a Professor recordou-nos aquelas que deveriam ter sido as questões orientadoras da análise e que constavam das orientações para o desenvolvimento da actividade:
  • A autora apresenta claramente os objectivos de investigação que presidiram à elaboração do questionário?
  • Na dissertação apresentada há indicação dos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário?
  • A amostra é claramente identificada?
  • É indicado o método usado na definição da amostra?
  • O questionário usado foi objecto de validação prévia?
  • Na explicitação da metodologia usada há indicações sobre o modo de tratamento dos dados obtidos com a aplicação do questionário?
Transcrevo, de seguida, a minha intervenção:
Terça, 17 Novembro 2009, 01:50
Deixo aqui o resultado da minha análise, face às questões colocadas e que também já tive oportunidade de partilhar com os meus colegas de equipa.
Em relação à primeira questão colocada, a referência ao uso dos questionários é muito lapidar, sendo, sucintamente, descritos como: constituídos por perguntas fechadas e por questões de escolha múltipla, pretendendo-se que satisfizessem os objectivos propostos. (4. Instrumentalização, pág. 66). Não encontrei no documento qualquer referência aos passos que estiveram subjacentes à construção do questionário.
Quanto à amostra, a mesma é identificada, mas não me parece que seja claramente identificada. Há questões que ficam por descrever e que poderiam ser dados importantes para garantir a importância do estudo. Ainda em relação ao método usado na definição da amostra, creio que, indirectamente, o mesmo é identificado, quando a autora apresenta no ponto 6., pág. 66, os critérios que estiveram subjacentes as escolas onde os questionários foram aplicados. Quanto a mim enquadram-se num método de amostragem por conveniência (Hill, 2008).
Quanto à validação do questionário, de acordo com o ponto 5. o mesmo foi validado. Mas é apenas feita uma síntese do processo, não sendo por exemplo explicado por que razão a redacção das questões teve de ser reformulada e acrescentada uma delas. Faltando ainda especificar de que questionário se tratava, uma vez que existem dois questionários: um para alunos e outro para professores.
Existem indicações sobre o modo como de tratamento dos dados obtidos. Isto é, a autora indica, na página 67 o programa usado de computador usado para a análise estatística, referindo que os resultados foram apresentados na sua perspectiva percentual, sempre que tinha sido considerado útil. Não me parece pela leitura que fiz de Cohen et ali que estas indicações sejam suficientes para descrever o processamento dos dados resultantes de questionários.

Tendo sido alargado o tempo para discussão deste tema, fiz, a 25 de Novembro outra intervenção nesta raiz da discussão que intitulei: "O universo alvo".

Há, nesta tese, uma questão que me tem feito reflectir e sobre a qual só agora decidi escrever, porque não sei se se enquadra na temática da discussão. Uma vez que não responde, directamente, a nenhuma das questões, mas que se prende com a minha própria interpretação, quer da própria tese, quer, particularmente, das questões que foram feitas no questionário.
E, porque o prazo para podermos participar foi alargado, achei que devia aproveitar esse tempo.
A intenção do estudo de acordo com a autora é: contribuir para uma reflexão sobre as potencialidades educativas da Internet, ou seja, pensar a sua utilização numa vertente pedagógica. A tecnologia por si só não desempenha uma função catalítica. É a utilização que dela se faz que pode favorecer o processo de construção do conhecimento por parte do sujeito que aprende.
Este trabalho tem como objectivos verificar a representação que professores e alunos têm acerca da Internet, bem como caracterizar a utilização que fazem deste meio de aceder à informação. Julgo que poderemos considerar que, por isso, o Universo alvo será a Escola, enquanto instituição.
Ora, a minha questão é: se o objectivo é contribuir para uma reflexão sobre as potencialidades educativas da Internet, ou seja, pensar a sua utilização numa vertente pedagógica, se o inquérito foi distribuído em Escolas, por que razão não se tentou saber quantos computadores com ligação à net estão disponíveis, na Escola, para uso de professores e alunos? A questão é aflorada em ambos os questionários, quando se pretende saber das razões pelas quais não é frequente o uso da internet, mas o inquérito inicia, em ambos os casos, por querer saber se alunos e professores possuem computador com ligação à internet em casa.
Logo, fará sentido ter restringido o inquérito ao universo da Escola?

Neste ponto da discussão, sobre a recolha de dados, as nossas participações resultaram, de uma forma geral, na apresentação da análise, individual ou em equipa, efectuada a propósito da tese.

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