segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Etapas a percorrer num processo de investigação


Começo esta reflexão por citar Cohen et. al., 2005, p. 73:

The setting up of the research is a balancing act, for it requires the harmonizing of planned possibilities with workable, coherent practice, i.e. the resolution of the difference between idealism and reality, between what could be done and what will actually work for at the end of the day research has to work.


Estas palavras podem ser lidas na Introdução do terceiro capítulo (Research design issues: planning research) da obra supracitada e que trata, precisamente, da temática que me leva a escrever este post: quais as etapas a percorrer num processo de investigação, já que a 3º Actividade deste primeiro tema é construir em equipa o fluxograma das etapas a percorrer num processo de investigação.
 
Desta parte inicial do capítulo em análise, destaco a ideia que transcrevi, onde está clara a ideia de que um trabalho de investigação tem de resultar de um equilíbrio entre as possibilidades que se planearam  e aquelas que se tornaram viáveis.

Também me parece importante registar outra das ideias iniciais, onde os autores afirmam que os objectivos da pesquisa determinam a metodologia e concepção da investigação, portanto, parece-me que a primeira etapa de qualquer investigação deva começar por definir os objectivos da mesma.

Estabelecendo a ligação com o assunto tratado a seguir, a Introdução termina com a apresentação de duas fases no planeamento de uma investigação:

  1. A fase divergente;
  2. A fase convergente.

A primeira abre um leque de hipóteses, na segunda filtram-se as possibilidades, procurando aquelas que poderão funcionar na situação por forma a fazer avançar um plano de acção que possa, de facto, funcionar.

De seguida, os autores, salvaguardando os tipos de investigação que se façam,  apresentam um conjunto de questões que podem ser consideradas no quadro do planeamento de uma investigação. Passo a citá-las, mantendo o texto na língua original:

  1. the general aims and purposes of the research;
  2. how to operationalize research aims and purposes;
  3. generating research questions;
  4. identifying and setting in order the priorities for and constraints on the research;
  5. approaching the research design;
  6. focusing the research;
  7. research methodology;
  8. ethical issues;
  9. audiences of the research;
  10. instrumentation;
  11. sampling;
  12. time frames;
  13. resources required;
  14. validity and reliability;
  15. data analysis;
  16. verifying and validating the data;
  17. reporting and writing up the research.

E, fazendo referência a  Morrison, 1993, os autores sugerem que estas questões podem ser organizadas em quatro áreas principais:

  • Orientação de  decisões; 
  • Projecto de pesquisa e metodologia;
  • Análise de dados;
  • Apresentação e comunicação dos resultados.

De seguida, da página 75 à 82, os autores desenvolvem cada uma destas áreas. De momento e porque me interessa recolher informações concretas sobre as etapas de uma investigação, não aprofundarei estes aspectos. Posteriormente, caso seja oportuno, retomarei esta parte do  capítulo.

Ainda na página 82 é sugerido que o planeamento de um trabalho de investigação possa ser definido através de uma matriz, cujo exemplo nos é apresentado em caixa, contendo questões na coluna do lado esquerdo para cada uma das áreas identificadas em cima; na coluna do meio são colocadas sub-questões e levantados problemas. Esta será ainda a fase divergente do processo. Na coluna do lado direito sugere-se o registo das decisões e nesse momento o investigador encaminha-se para a fase convergente. Resolvi introduzir uma screenshot por forma a ser mais fácil visualizar o que acabo de descrever.


(Clicar na imagem)

Antes de introduzir a sequência do planeamento de uma investigação sugerida pelos autores, não posso deixar de aqui registar as seguintes palavras a propósito de questões apresentadas na matriz que referimos no parágrafo anterior:
Many of these questions concern rights, responsibilities and the political uses (and abuses) of the research. This underlines the view that research is an inherently political and moral activity; it is not politically or morally neutral. The researcher has to be concerned with the uses as well as the conduct of the research. (pag. 88)

Questões éticas que pessoalmente me interessam e que espero ter a oportunidade de vir a desenvolver no âmbito desta unidade curricular.

A finalizar esta análise do capítulo 3 da obra já referida, falta apenas apresentar a porposta de sequência do planeamento de uma investigação. Admitindo a complexidade do planeamento apresentado, os autores sugerem um processo com quatro etapas:

Etapa 1   -  Identificar as finalidades da investigação;
Etapa 2  - Identificar e dar prioridade aos constrangimentos  em que a investigação terá  lugar;
Etapa 3  - Planear as  possibilidades para a investigação dessas limitações;
Etapa 4 -  Decidir a metodologia de investigação.

A imagem que a seguir apresento é a screenshot da página 89 onde se pode ver o fluxograma relativo a esta proposta.


(Clicar na imagem)


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Referência

Cohen,L., Manion, L., Morrison, K., Research Methods in Education. London: Routledge Falmer, 2005



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